Um cantinho só meu
pra quando eu quiser ser só eu.


terça-feira, 21 de abril de 2009

Viver sozinha é fácil. Difícil é escolher viver acompanhando. Também eu cheguei a ter dúvidas quanto ao que quero. Como quero e quando quero... Mas optei por escolher uma vida de dois. Ou melhor, duas vidas de dois. Mas talvez tenha optado e esquecido de que é preciso dois pra se viver assim. Talvez eu tenha me descoberto demais. Abri demais tudo o que sou e o que não sou e por isso me tornei uma figura desinteressante. Mas eu sim, ainda sim, me acho meio que interessante. Em todas as minhas formas desinteressantes. Em todos os meus indefectíveis defeitos… Humana, errada, torta, gorda, chata, irritada e irritante. Penso que até deve haver certo charme neles todos. Mas a miopia do dia-a-dia te fez parar de enxergar. É justo. Justo o bastante pra vida que é cheia de surpresas e nos reserva um bocado delas quando a gente acha que está seguro na nossa bolha de vidro. Vendo a vida passar em câmera -lenta, às vezes em branco e preto. Daí, quando menos se espera, vem uma onda e te carrega, te joga de um lado pro outro, te lava, você se afoga em si mesmo e acaba respirando um ar puro de novo. E em algum momento uma golfada de vida te traz de volta...

Sobre mim mesma o que posso dizer é que ainda estou na parte do afogamento, transtornada por não ter percebido os sinais. Talvez cega por confiar demais em uma relação que é como qualquer outra, suscetível à própria vida.

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